quinta-feira, 14 de abril de 2011

um, dois

mais um suspiro e eu reviro os meus olhos quando lembro do porque. meus tres relogios tique tacam ritmados e eu canto bem baixinho com o vento um poema de alto-mar... bem que seriam uma cancao de ninar se eu soubesse me enganar e adormecer.
sinto que eu ficaria aqui por dias, refletindo nostalgias, se eu pudesse me apagar. pois no momento me pareco tao errada quanto uma toalha bem molhada sobre a cama de um hotel. e sao imagens e imagens que me surgem, de uma vida que eu tenho, mas nao posso encostar. enquanto isso ela vai acontecendo e eu vou envelhecendo como um peixe a se afogar.

quando foi que se tornou tao delicada essa nossa relacao? quando foi que eu deixei de te entender e passei a parecer outra pessoa pra voce?eu ainda sou a mesma filha, mas parece que os pais tambem se mudam com o tempo. passamos nós a ter tambem obrigacao de aprender a remoldar a tao moldada relacao? só penso em ir-me para pasing e pegar algum metro que vá sentido solucao. acho que nao...

o inicio da torrente

Um respiro profundo e já afundo num buraco de nanquim. sinto saudade das palavras que dizia quando tudo estava bem. eu já nao vivo sem pensar que sinto muito nao sentir mais certas coisas que eram rotina para mim... algumas coisas me machucam mas nem dóem, de alguma forma nao consigo mais sofrer.
Quando eu era adolescente eu rezava toda noite pra poder agradecer, e depois eu pedia perdao como se nao tivesse medo de esquecer pecado algum. E bem no fim é que eu pedia entao que as coisas acontecessem, e que eu envelhecesse bem feliz com o que foi.
quando crianca eu sonhava em ser grande pra falar de todas coisas que eu ouvia por aí. eu queria fazer coisas importantes e nem ligava pra bonecas ou roupinhas pra vestir. eu comia tudo que podia e sonhava em poder comer um dia sem ninguem dizer que agora chega. eu era até muito feliz.
agora escrevo coisas que ninguem le, e me pergunto o porque, se tudo rima tao legal... eu sou confusa e e as palavras sao pesadas, acho que nao dá a alegria que eu pensava que seria para os outros me entender.

sábado, 29 de janeiro de 2011

o dia seguinte

Era terca-feira e finalmente dia de ve-lo. a alegria e ansiedade se misturavam com receio, pois desde quinta-feira ele nao a havia procurado. Como agir? será que ele esperava alguma mudanca de comportamento nela, ou torcia pra que ela ignorasse aquela noite para sempre? ou será que ele nem se lembrava mais e ela havia vivido tudo apenas em mente?
Será que estava apaixonada? achava que nao, pois da ultima vez que se apaixonara o sentimento era outro... ela nao ficava nervosa em sua presenca, mas também nao completamente confortavel. todos os sentimentos e sencacoes eram medianos, mas ainda assim o pensamento de que talvez houvesse algo ali nao dava folga.
Ela sabia que se tentasse agir com normalidade, seria tudo ainda mais evidente. Mas nao queria conversar a respeito, ao mesmo tempo que nao queria que fosse esquecido todo o acontecido.
Resolveu por agir autentica, sem esconder seu incomodo mas deixando claro sua indiferenca, que ela nem sabia se existia. e ele?
Bem, se tudo fosse tao simples como nos segundos que antecedem um bocejo...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

um instante da mente

Limpou a boca de leve no guardanapo e ficou tentando lembrar o gosto dos aspargos à sua frente. seus pensamentos vagavam rapidamente, quase como gatunos da noite, da imagem do amado e dos risos na mesa ao lado, da cama que nao havia feito e do livro que nao havia terminado de ler. cada pequeno detalhe parecia maior que nunca e a lembranca do gole seco da aspirina de hoje de manha ainda incomodava. tudo isso só porque ela nao sabia o que havia feito, onde havia errado para sua vida sentir-se tao distante dela mesma. Ela levantou e foi ao banheiro, lavou o rosto na agua morna e secou as maos na ponta da saia. dizem que o tempo é o remedio de todos os males, e quem sabe se abrisse mao de fazer algo acontecer, tudo acontecesse de sozinho. era hora da sobremesa... mousse ou sorvete?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

E na suíça...

Estive observando a vida de um jeito diferente. Estive observando a vida própria do ambiente. É ele que nos forma e transforma, que carrega nosso humor à qualquer vento, e nós, de acordo com o humor que nos é dado, transofrmamos o ambiente... nesse jogo entre ovo e galinha vai ficando um rastro forte de vontade própria do lugar. e assim, perdida na Suiça me encontro sentadinha ao pé do altar. parece aqui que a poesia que sempre me domina comeca a se mostrar, mas eu garanto a literalidade das palavras e tenho fotos pra provar!
Comprei-me chocolates e comi croissant com queijo, e sentei-me numa mesa em formato de hexágono escrevendo sem parar. tirei fotos de turista e perguntei-me porque nao aqui morar. Enquanto isso as pessoas à minha volta, com seus mantos coloridos tagarelavam em tudo quanto é linguajar. Ah que nao consigo ser nem clara ou objetiva pois nao tenho nada certo à contar, mas sinto essa intensa necessidade de me comunicar... prometo que se sendo tao desinteressante o que digo, ao menos soa divertido o meu jeito de rimar!

Caso contigo,
e um dia te digo
Ah, meu amor,
Um dia te digo...

Vem meu amigo,
que um dia te digo,
Ah, te prometo,
Um dia te digo...

Se é sobre o perigo
ainda assim eu te digo
Ah, por favor,
que um dia eu te digo...

Te digo que ali
quando nada te disse
te mostrei meu segredo
sem que ninguém visse!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Borboleta

Ela olha da janela e se pergunta onde estará a borboleta de asa azul que ainda ontem a veio visitar. Era novembro e a saudade do passado apertava no seu peito, e enquanto ela lia no seu livro a princesa ser feliz pra sempre, assobiava bem baixinho pra acalmar o coracao. E de repente apareceu a borboleta, dancando leve no embalo da cancao, e ela entao correu até o pé da porta e comecou a cantarolar. Uma cancao que alguém um dia ensinou, enquanto a chuva dedilhava na janela, enquanto ela deitada em sua cama, tao pequena, adormecia abencoada pela vida. E agora o passado já se fora, e a borboleta também já havia partido, e ela ao pé de sua janela, amava a vida ainda mais intensamente. E entao, em um momento além do tempo, apareceu no horizonte aquele homem de camisa e botas largas. Ela correu e em seu abraco solucou, e logo mais entre seus bracos adormeceu e agradeceu à borboleta seu presente de natal.